Impaciente, Vereador reclama de demora no tempo utilizado para discussão sobre a saúde na sessão da Câmara e justifica dizendo que funcionários do legislativo precisariam ir para casa

O vereador Benedito Fidêncio Rosa Filho, o Dito Fidêncio (PP), reclamou dos colegas vereadores durante a sessão do Legislativo capelense na sessão da última quarta-feira (15). Demonstrando impaciência, o parlamentar acusou os outros vereadores de promoverem uma discussão sem fim sobre a saúde da cidade, afirmando que havia funcionários na Câmara que precisavam ir pra casa, para cuidar de suas famílias.
“Se vocês gostam muito de discutir sobre saúde, monta uma tenda no pronto socorro e fica dando a explicação. Eu mesmo que sou vereador estou cansado de ficar falando sobre quem comprou Raio-X, de fio que vai, quem trouxe fio, pelo amor de Deus, temos que acabar com essa história”, esbravejou o vereador, após fala da vereadora Simone de Arruda (PHS).
A parlamentar tomou a palavra para falar de problemas na área, principalmente nos equipamentos de raio-x que precisariam de nova fiação elétrica, e na Central de Regulação de Ofertas em Serviços de Saúde (Cross), sistema do governo do Estado, que não tem sido atualizado de modo satisfatório pela Administração Municipal, o que tem gerado espera para pacientes da cidade. A vereadora Regina Leite Tolentino (MDB) também reclamou dos serviços, o que foi endossado pelo vereador Braz João Vieira Neto (PDT), funcionário da Saúde na cidade.
Ao ouvir a discussão por mais de 8 minutos, demonstrando impaciência e chegando até a sair de seu assento, Dito Fidêncio interrompeu a colega, mas foi repreendido por ela (Regina). “Eu vivo de Saúde, dependo da saúde. Se eu ficar doente, enfartar, é ali que eu vou. Se precisar ficar a noite inteira discutindo a Saúde, eu vou ficar”, explanou a vereadora, que foi interrompida novamente por Dito. “Eu dei espaço de um minuto pra você, eu que estou com a palavra, dá licença”.
O vereador seguiu a manifestação, citando os funcionários da Câmara. “Sei que a saúde é importante, mas nós temos ali naquela sala, da secretaria da Câmara, gente. São funcionários que precisam voltar para o seu lar, para casa. Com criança, jantar, ficar escutando isso aí. Tem que falar igual o Enéas, dois minutos, e pronto”.
O vereador Braz João Vieira Neto (PDT) tomou a palavra minutos depois, para corrigir o vereador. Após contar a história de um atendimento feito na área da saúde, Neto reclamou da postura do colega. “Vereador Dito, eu respeito o senhor como meu pai, mas sem saúde a gente não vive. Nós precisamos cobrar sim, discutir. A gente fica sem presidência (da Câmara), a gente fica sem estrada, a gente fica até sem educação, mas sem saúde a gente não fica”, contou o parlamentar.
O vereador Dito Fidêncio respondeu, dizendo que se Neto gosta tanto de falar de saúde, deveria ter aceito o convite da Administração Municipal para ser secretário de Saúde. “Lá seria o seu lugar ideal, para poder falar o tempo inteiro sobre saúde”.