Presidente Bolsonaro visita Aramar

Política 20 out / 2020 às 19:00

O Programa Nuclear da Marinha (PNM) celebrará, partir das 10h da manhã desta quarta-feira,  21 de outubro, no Centro Experimental Aramar, em Iperó (SP), mais uma etapa importante do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB): o início da montagem do reator embarcado no protótipo da planta de propulsão que, futuramente, será replicada na construção do “Álvaro Alberto”, o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.

A cerimônia acontecerá no complexo do Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE), onde o protótipo em terra da planta de propulsão nuclear está sendo construído, e contará com a presença do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, do Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, além de outras autoridades e representantes de órgãos, instituições e empresas participantes do Programa Nuclear da Marinha e do PROSUB.

O início da montagem do reator corresponderá ao chamado “batimento de quilha”, tradição naval que representa o início da construção de um navio. No caso da planta nuclear, a tradição será seguida com a instalação de uma sela fixa sobre o inserto metálico do vaso de contenção, que também é chamado de “Bloco 40” no LABGENE. Nas próximas etapas do programa, o reator, os turbogeradores, o motor elétrico e outros sistemas similares aos de um submarino com propulsão nuclear serão testados de forma controlada no LABGENE, com objetivo principal de se validar, de forma segura, a operação do reator e dos diversos sistemas eletromecânicos a ele integrados, antes de sua instalação a bordo do submarino.

Ao final dos testes, um reator similar ao que começa a ser montado no LABGENE será instalado no submarino “Álvaro Alberto”, no Complexo Naval de Itaguaí, Sul do estado do Rio de Janeiro, onde já estão sendo construídos ou testados os quatro submarinos com propulsão dieselelétrica também previstos no PROSUB: o “Riachuelo” (S-40), o “Humaitá” (S-41), o “Tonelero” (S-42) e o “Angostura” (S-43).

Com o PNM e o PROSUB, dois complexos programas da Defesa, o Brasil conquistará a capacidade de projetar, construir, operar e manter submarinos com propulsão nuclear, competências detidas atualmente por apenas cinco países: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China.

 Programa Nuclear da Marinha

Com dimensões continentais e cerca de 8,5 mil quilômetros de costa, o Brasil tem o mar como uma forte referência em todo o seu desenvolvimento, sendo fonte de riquezas minerais, energia e alimentos. É nessa área marítima que os brasileiros desenvolvem as atividades pesqueiras, o comércio exterior e a exploração de recursos biológicos e minerais.

O mar é o caminho de 95% de nossas exportações e importações e guarda cerca de 95% do petróleo, 80% do gás natural e 45% do pescado produzido no país. Nessa área existem recursos naturais e uma rica biodiversidade ainda inexplorados. A imensa riqueza das águas, do leito e do subsolo marinho nesse território justifica seu nome: Amazônia Azul. Para proteger esse patrimônio natural e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha do Brasil investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da defesa. Parte essencial desse investimento é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) que viabiliza a produção de quatro submarinos convencionais e culminará na fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear. Toda a tecnologia nuclear para o PROSUB está sendo desenvolvida no Brasil, por meio do Programa Nuclear da Marinha (PNM), nas instalações do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).

O CTMSP foi, desde sua criação, o responsável por desenvolver, adquirir e implementar sistemas e instalações, visando o domínio da tecnologia de propulsão nuclear, do desenvolvimento e construção de um reator de potência e do ciclo do combustível. Com a reestruturação do setor nuclear, que se iniciou em 2016, o Centro assumiu a tarefa de gestão e coordenação dos esforços das Organizações Militares subordinadas.

O PNM vem sendo executado pela Marinha do Brasil desde 1979, com o propósito de dominar o ciclo do combustível nuclear e desenvolver e construir uma planta nuclear de geração de energia elétrica, visando dotar o Poder Naval brasileiro com um submarino nuclear, meio considerado capaz de contribuir de forma eficaz no cumprimento da missão constitucional de defesa da Pátria em função de suas características destacadas de mobilidade e autonomia. Desde seu início, o PNM vem demonstrando grande capacidade de mobilização e estímulo dos setores de Ciência e Tecnologia e de produção.

São inúmeras as parcerias estabelecidas com universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento e indústrias, entre outros. Com isso, o Programa evidencia sua capacidade de gerar efeitos de arrasto, tanto por meio do incentivo à ampliação da base tecnológica nacional, como por meio do desenvolvimento de equipamentos e componentes de uso não restrito aos objetivos planejados. O Programa permitirá elevar o patamar tecnológico das empresas brasileiras, capacitando-as para alcançarem, no futuro, uma posição independente e competitiva no mercado e possibilitando a geração de mais empregos.

A capacitação adquirida tem entre seus objetivos mais relevantes a promoção de um grande arrasto tecnológico que não se restringirá, exclusivamente, ao setor militar, pois a maior parte da tecnologia empregada tem uso dual (civil e militar). O Programa propicia um benefício à sociedade, auxiliando a indústria, a medicina e os setores de ciência e tecnologia do País.


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