Prefeitura não entrega cilindros de oxigênio e vereadores resolvem levar equipamento na casa de paciente acamado

Saúde 14 set / 2019 às 19:44

Os pacientes que precisam de cilindros de oxigênio em Capela do Alto não têm à disposição um serviço de transporte do equipamento até suas casas, por isso, cada usuário do gás medicinal precisa se virar e buscar seus próprios dispositivos na unidade de saúde.

Para tentar solucionar a dificuldade de um paciente que não tinha como buscar os cilindros, que são reabastecidos a cada três dias, os vereadores Dito Fidêncio (PP) e Ênio do Gás (MDB) decidiram por conta própria realizar o transporte e a entrega dos equipamentos, na tarde deste sábado (14) . O representante do Partido Progressista explicou que a iniciativa surgiu com o pedido de um vizinho do paciente atendido, que relatou a dificuldade do morador de conseguir reabastecer o medicamento em sua casa. “Um vizinho do rapaz acamado, viu o sofrimento dessa família, que é um casal de irmãos. A Irmã não aguenta com o peso do cilindro colocar no carro. Ela foi até o posto de saúde, eles doam o oxigênio que é por conta deles, mas não fazem o transporte,” relembrou Dito.

Ênio ressaltou que, segundo informado a ele, o estabelecimento não consegue realizar o serviço para população. “Na verdade, o pessoal do posto de saúde disse que eles não têm condições de levar para cada paciente, porque a demanda é muito grande. Eu tenho uma pickup, eu trabalho com gás, então eu falei se eu puder ajudar eu posso levar para o paciente,” contou o autor da iniciativa. O vereador destacou dificuldade quanto ao transporte do equipamento pelos familiares que receberam a ajuda, “na casa do rapaz só tem mulher, a casa tem muitas escadas. O cilindro dá mais de 100 quilos, é pesado até para homem carregar,” finalizou.

De acordo com informações repassadas aos vereadores pelos próprios servidores da unidade de saúde, atualmente cerca de 20 pacientes são atendidos com os cilindros de oxigênio. O grupo precisa se deslocar até o local para reabastecer os equipamentos, já que não há serviço de entrega.

 

Ajudando a população

Conforme relatado pelos representantes da população eles pretendem continuar ajudando os pacientes que precisam utilizar os cilindros de oxigênio todos os dias, e não tem condições de transportá-los. Ao realizar a primeira entrega, os parlamentares pediram um levantamento de todos os usuários que utilizam o gás para aumentar o número de entregas.

Dito Fidêncio garantiu que está estudando a possibilidade de comprar um veículo e disponibilizá-lo para que o município passe a prover o serviço de entrega do equipamento. “Se o prefeito autorizar eu até compro um carro e deixo enquanto eu for vereador esse carro para fazer esse tipo de trabalho,” propôs.

 

Impedida pelo prefeito

Essa não é a primeira vez que um vereador do município decide realizar alguma tarefa por conta própria. Na última semana, Regina Tolentino (MDB) pediu para que um funcionário da prefeitura a acompanhasse e ajudasse na pintura de uma lombada sem sinalização, localizada na região do Distrito do Porto.

Na ocasião, a vereadora teria sido impedida de finalizar o reparo após receber uma ligação de um superior do funcionário, informando que a ordem teria partido do prefeito municipal, Keke Gonçalves (PPS). “A única coisa que levou da prefeitura foi uma vassoura. Chegando lá descarregamos, sinalizou tudo bonitinho com cones isolando o local. Foi nisso que passou o vereador Josué Correa – Menegueti – (PPS) e três minutos depois me ligou o encarregado do barracão falando que eu tinha que levar o funcionário embora, porque eu não poderia pintar, que eu estava causando um prejuízo a prefeitura e um dano ao patrimônio,” explicou Regina.

Dito Fidêncio também comentou a situação envolvendo a colega de trabalho do Poder Legislativo, alegando que não consegue apoio do poder executivo para realizar as ações em prol do município. “Os vereadores que foram eleitos do lado do prefeito eles têm uma mordomia, eles conseguem tudo, o prefeito coloca a mão na cabeça e ajuda. Agora os vereadores que foram eleitos do lado do derrotado não conseguem nada. Quando a gente pede o prefeito não atende, porque ele já tem os próprios vereadores que ficam enciumados,” desabafou o parlamentar.

Sobre o caso da lombada deixada com a pintura na metade, a prefeitura esclareceu que essa seria uma responsabilidade do poder executivo, e que a vereadora poderia ter incorrido em abuso de poder e clientelismo – que é o ato de trocar bem e serviços por apoio político.


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