
Estudo publicado na revista Scientific Reports indica que a prática de exercício físico, aliada à suplementação com ômega-3, melhora consideravelmente a resposta imune e diminui a gravidade da periodontite apical crônica.
A inflamação no ápice do dente, como é chamada a ponta da raiz, e na região em volta dele tem como causa principal a cárie. Quando a cárie não é tratada, as bactérias chegam ao canal radicular do dente e o atravessam até o ápice, causando a periodontite apical. Essa condição leva à perda óssea na região.
O trabalho demonstra que exercício físico moderado com suplementação de ômega-3 melhora significativamente a condição inflamatória induzida pela periodontite apical. A combinação limitou a progressão bacteriana, reduziu a perda de tecido ósseo, modulou a liberação de citocinas pró-inflamatórias e estimulou a atividade de fibroblastos, células que criam e mantêm o tecido.
Se não for tratada, a infecção pode levar à perda do dente. Além disso, existe uma relação bidirecional entre a periodontite apical e alterações sistêmicas do paciente. Diabetes, síndrome metabólica, arteriosclerose e doenças renais, entre outras, podem piorar o quadro da periodontite apical. Ao mesmo tempo, a infecção no ápice pode piorar quadros dessas doenças.
“É uma condição que o paciente pode nem saber que tem devido ao seu caráter crônico, mas que pode evoluir, levando à destruição óssea e mobilidade do dente. Além disso, em situações específicas, como uma queda de imunidade, pode tornar-se aguda, então, o paciente passa a sentir dor, forma-se pus no local, o rosto pode ficar inchado”, explica Rogério de Castilho Jacinto, professor da Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista (FOA-Unesp) apoiado pela Fapesp, que orientou o estudo.